sábado, 30 de julho de 2011

A Profileração da Cultura

Texto: Wellington Brum Lima

wblgothamcity@hotmail.com
polifoniamovimentosculturais.blogspot.com




Começou dia 28 e vai até o dia 31 de julho de 2011 o Festival Gramophone, promovido pelo Coletivo Colcheia / SL, regado com muitos shows musicais como requer o movimento, oficinas de produção cultural, intervenções poéticas e muito mais. Movimentando o cenário central citadino, com palco montado em plena praça Tiradentes, com bandas que tocarão no Anfiteatro do Casarão e no Opinião  Pub, o movimento traz vida e ares alternativos para o município. São novas formas de pensar e que se traduzem no modo de vestir, falar e se interagir. Prova disso, foi o encontro de várias tendências e gerações no show de Marina Machado que abriu  a quinta feira, dispensa comentários, mas que evocam elogios pela ótima escolha para se começar um festival com os dois “pés direitos”. Sem dizer que, quando acreditamos que nada mais podia nos surpreender por acharmos que já estava tudo completo, eis que surge pela voz de Marina uma surpresa de última hora: Flávio Venturini. O cantor com sua enorme simpatia e competência musical nos presenteou com canções que sempre estão atuais no cenário musical e na boca de todos.

Entretanto, para além de ótimos shows há algo mais que deva ser percebido em tal evento: a proliferação da cultura de uma forma nunca vista antes. Mais do que entretenimento por outros caminhos, o Festival Gramophone traz a concretização da cultura de forma aberta à todos com muita qualidade e democracia. Artistas com muito potencial que podem mostrar toda sua condição sem, de certa maneira, pedir permissão a um grupo que se faz enquanto únicos capazes de serem produtores culturais. Prova disso, é maneira como é viabilizada toda organização do evento. Não há um descarte de nenhum setor da sociedade, simplesmente, a realização mesmo que algum outro setor não queira participar. Resumindo, vamos fazer e segue-se em frente. Tanto que o evento aconteceu  e um  número significativo de pessoas prestigiou-o,  em plena quinta feira, ficando até o final e movimentando os corredores do Casarão.


Mesmo que contratempos possam ter surgido, como em toda organização, o importante é justamente a superação de todos os percalços para realizar aquilo que de fato é o objetivo principal de quem trabalha com a cultura com verdadeira intenção e empenho: culminar num movimento que toma contornos, acontece e ganha o mundo. Principalmente, ganhar esse mundo, como quer os ideais dos coletivos, tanto da rua, das mídias, dos bate-papos, enfim, das cabeças pensantes e diletantes, criativas e musicais que curtem o progresso da vida, deixando de lado os pseudos-intelectualistas e as falsas tendências que  querem ser libertadoras do sujeito, mas que na verdade tendem a aprisioná-lo cada vez mais, em grilhões de provincianismo. Neste sentido é que a ampliação de espaços e incentivos para eventos culturais devem ser mais comuns na mente de todos os setelagoanos, deixando o paternalismos para o passado oitocentista e apoiando tais pessoas que estão com mãos à obra e fazendo as coisas acontecerem com qualidade para os que surgirem pelo caminho com bom gosto cultural, vontade de fazer e mudar a rotina do seu povo.


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